segunda-feira, 4 de junho de 2012

Dream Out Loud - Capítulo 6


Resolvi ligar para ele e ver quem era. Liguei e um homem atendeu.

XXXX: alô?

Ao ouvir aquela voz, congelei. Não podia ser, mas por que ele teria ligado será que algo havia acontecido? Não pude responder, nem conseguia. Desliguei e mil pensamentos tomaram conta de minha cabeça. Coisas terríveis. Se tem uma coisa que não sou boa, é me desfazer de pensamentos ruins. Aquela sensação de que algo horrível pode ter acontecido tomou conta agora não só de minha cabeça, mas de mim por completo. Dizem: ‘’o que os olhos não vêem, o coração não sente.’’ Mas comigo é diferente. Para mim o que os olhos não vêem a mente imagina dez vezes pior. Tentei tirar aquilo da minha cabeça por um tempo, mas estava muito curiosa para saber o que ele teria para falar com mamãe que a fizesse ficar daquele jeito. Queria falar com ela. E é o que vou fazer.

Katherine: mãe –disse gritando ao sair do quarto.

Fui em seu quarto e ela não estava. Desci e ela estava na cozinha, bebendo algo. Fui até ela e me sentei na mesa ao seu lado.

Katherine: mãe, o que está acontecendo?
Elen: filha... é complicado.
Katherine: imagino mãe, mas você sempre diz isso para não ter que falar sobre o assunto, eu posso entender, não tenho 10 anos de idade.
Elen: eu sei, só acho que está cedo para falar sobre isso.
Katherine: mas mãe, eu sei o porque disso.
Elen: e o que seria?
Katherine: eu liguei para o número que você havia conversado e bom, quando atendeu, reconheci a voz. Era ele não é? –assentiu.
Elen: mas isso vai além de seu pai.
Katherine: então o que é mãe?

Ouvi uma das portas se abrirem e depois vi Vick descendo as escadas.

Victoria: oi. –disse e não teve resposta.

Olhou para mim e fiz uma cara para tentar dizer que as coisas não estavam bem.

Victoria: o que foi? –ela disse se sentando na mesa junto a nós.

Por que minha mãe persistia em esconder algo que tem a ver com meu pai? Na verdade, se tem a ver com ele eu devia saber. Não quero mais que a verdade seja escondida de mim, mereço saber a verdade. Sei que minha mãe quer meu bem, mas mesmo que possa ser doloroso, acho que devia saber. Olhei para ela e esperei uma reação.

Elen: acho que vou dormir um pouquinho. Quero estar descansada, pois consegui um trabalho e amanhã será meu primeiro dia.
Victoria: que bom mãe, boa sorte.
Katherine: boa sorte. –disse, mas estava desapontada.

Não por ela ter conseguido um trabalho, claro. Isso era ótimo. Mas sim por ela estar escondendo a verdade de mim. De todos nós. Minha mãe tem andado um pouco estranha. Talvez.

Victoria: o que aconteceu?
Katherine: Vick, pode parecer estranho e de certo ponto incrível, mas acho que tem a ver com o papai. –disse e ela arregalou os olhos.
Victoria: mas como? Eles tem se falado?
Katherine: parece que sim. Hoje, um pouco depois de ter chegado da escola fui procurá-la e ela estava trancada no banheiro, e ouvi ela chorar. Fiquei preocupada e como ela havia falado no telefone antes disso, olhei a última chamada e...
Victoria: entendi. Então o que estamos esperando?
Katherine: como assim?
Victoria: vamos fazer algo a respeito.
Katherine: eu tentei, mas ela não quer falar o que é.
Victoria: não digo, perguntar a ela. Acho que podemos tentar descobrir o que está acontecendo, eu, você e o Josh.
Katherine: pode não ser boa ideia. Ás vezes é bom esperarmos a verdade vir até nós do que chegar até a verdade.
Victoria: olha Kath, se tentarmos todos juntos, podemos, você só tem que acreditar. Você tá dizendo que vai desistir sem tentar?
Katherine: não, mas podemos acabar descobrindo algo que não queremos descobrir.
Victoria: pelo menos estaremos sabendo a verdade.
Katherine: então tá.

Fomos até o quarto de Josh e ele estava no computador. Explicamos tudo para ele, que como eu não gostou da ideia, mas aceitou.

Josh: por onde começamos?
Victoria: acho que não vão gostar da minha ideia, mas... acho que temos que ligar para o papai. –Josh riu.
Josh: claro, vamos ligar para o nosso pai e dizer que queremos saber o que ele tinha para dizer para a mãe. –falou ironicamente.
Katherine: é isso mesmo que temos que fazer. Com algumas mudanças.
Josh: vocês não tão pensando direito. Acho melhor deixarmos isso para amanhã, já tá ficando tarde também. E lá em Nova York são 3 horas a mais, ou seja, lá são 00:00.
Victoria: é verdade.

Fomos cada um para seus quartos e fiquei pensando no que iríamos fazer. Não parecia certo fazer isso. Só estou com um mau pressentimento. A última vez que havia conversado com meu pai foi quando fui embora de NYC. Coloquei um pijama para dormir e fiquei na cama, pensando. Não conseguia dormir. Fui para a cozinha e peguei um copo d’água. Resolvi ficar lá embaixo mesmo e assistir um pouco de TV. Acabei dormindo ali mesmo.

Josh: Katherine acorda. –ele disse me cutucando. –acordei e fiquei de olhos fechados. Parecia que eu havia dormido apenas 1 hora.
Katherine: que horas são?
Josh: são 6:00.
Katherine: por que me acordou? Vai dormir Josh!
Josh: mas Kath tenho que te mostrar uma coisa.
Katherine: você me mostra quando der 7:00 horas. E por que acordou agora?
Josh: acordei e não consigo mais dormir.
Katherine: só por isso tinha que me acordar, vai dormir !!

Ele acendeu a luz e fiquei furiosa. Fico muito mal-humorada quando me acordam. A não ser para ir pra escola, claro.

Katherine: desliga isso, qual o seu problema.

Ele tirou minha coberta e senti calafrios. Como se uma onda de gelo me atingisse. Estava com uma blusa regata e um short.

Katherine: que merda!
Josh: agora olha.

Me mostrou uma carta. Na verdade era uma carta que nunca foi enviada, pois era de minha mãe para um cara chamado Michael. Abri o envelope e comecei a ler a carta...








CONTINUA.....   

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