Resolvi
ligar para ele e ver quem era. Liguei e um homem atendeu.
XXXX:
alô?
Ao
ouvir aquela voz, congelei. Não podia ser, mas por que ele teria ligado será
que algo havia acontecido? Não pude responder, nem conseguia. Desliguei e mil
pensamentos tomaram conta de minha cabeça. Coisas terríveis. Se tem uma coisa
que não sou boa, é me desfazer de pensamentos ruins. Aquela sensação de que
algo horrível pode ter acontecido tomou conta agora não só de minha cabeça, mas
de mim por completo. Dizem: ‘’o que os olhos não vêem, o coração não sente.’’
Mas comigo é diferente. Para mim o que os olhos não vêem a mente imagina dez
vezes pior. Tentei tirar aquilo da minha cabeça por um tempo, mas estava muito
curiosa para saber o que ele teria para falar com mamãe que a fizesse ficar
daquele jeito. Queria falar com ela. E é o que vou fazer.
Katherine:
mãe –disse gritando ao sair do quarto.
Fui
em seu quarto e ela não estava. Desci e ela estava na cozinha, bebendo algo.
Fui até ela e me sentei na mesa ao seu lado.
Katherine:
mãe, o que está acontecendo?
Elen:
filha... é complicado.
Katherine:
imagino mãe, mas você sempre diz isso para não ter que falar sobre o assunto,
eu posso entender, não tenho 10 anos de idade.
Elen:
eu sei, só acho que está cedo para falar sobre isso.
Katherine:
mas mãe, eu sei o porque disso.
Elen:
e o que seria?
Katherine:
eu liguei para o número que você havia conversado e bom, quando atendeu,
reconheci a voz. Era ele não é? –assentiu.
Elen:
mas isso vai além de seu pai.
Katherine:
então o que é mãe?
Ouvi
uma das portas se abrirem e depois vi Vick descendo as escadas.
Victoria:
oi. –disse e não teve resposta.
Olhou
para mim e fiz uma cara para tentar dizer que as coisas não estavam bem.
Victoria:
o que foi? –ela disse se sentando na mesa junto a nós.
Por
que minha mãe persistia em esconder algo que tem a ver com meu pai? Na verdade,
se tem a ver com ele eu devia saber. Não quero mais que a verdade seja escondida
de mim, mereço saber a verdade. Sei que minha mãe quer meu bem, mas mesmo que
possa ser doloroso, acho que devia saber. Olhei para ela e esperei uma reação.
Elen:
acho que vou dormir um pouquinho. Quero estar descansada, pois consegui um trabalho
e amanhã será meu primeiro dia.
Victoria:
que bom mãe, boa sorte.
Katherine:
boa sorte. –disse, mas estava desapontada.
Não
por ela ter conseguido um trabalho, claro. Isso era ótimo. Mas sim por ela
estar escondendo a verdade de mim. De todos nós. Minha mãe tem andado um pouco
estranha. Talvez.
Victoria:
o que aconteceu?
Katherine:
Vick, pode parecer estranho e de certo ponto incrível, mas acho que tem a ver
com o papai. –disse e ela arregalou os olhos.
Victoria:
mas como? Eles tem se falado?
Katherine:
parece que sim. Hoje, um pouco depois de ter chegado da escola fui procurá-la e
ela estava trancada no banheiro, e ouvi ela chorar. Fiquei preocupada e como
ela havia falado no telefone antes disso, olhei a última chamada e...
Victoria:
entendi. Então o que estamos esperando?
Katherine:
como assim?
Victoria:
vamos fazer algo a respeito.
Katherine:
eu tentei, mas ela não quer falar o que é.
Victoria:
não digo, perguntar a ela. Acho que podemos tentar descobrir o que está acontecendo,
eu, você e o Josh.
Katherine:
pode não ser boa ideia. Ás vezes é bom esperarmos a verdade vir até nós do que
chegar até a verdade.
Victoria:
olha Kath, se tentarmos todos juntos, podemos, você só tem que acreditar. Você
tá dizendo que vai desistir sem tentar?
Katherine:
não, mas podemos acabar descobrindo algo que não queremos descobrir.
Victoria:
pelo menos estaremos sabendo a verdade.
Katherine:
então tá.
Fomos
até o quarto de Josh e ele estava no computador. Explicamos tudo para ele, que
como eu não gostou da ideia, mas aceitou.
Josh:
por onde começamos?
Victoria:
acho que não vão gostar da minha ideia, mas... acho que temos que ligar para o
papai. –Josh riu.
Josh:
claro, vamos ligar para o nosso pai e dizer que queremos saber o que ele tinha
para dizer para a mãe. –falou ironicamente.
Katherine:
é isso mesmo que temos que fazer. Com algumas mudanças.
Josh:
vocês não tão pensando direito. Acho melhor deixarmos isso para amanhã, já tá
ficando tarde também. E lá em Nova York são 3 horas a mais, ou seja, lá são 00:00.
Victoria:
é verdade.
Fomos
cada um para seus quartos e fiquei pensando no que iríamos fazer. Não parecia
certo fazer isso. Só estou com um mau pressentimento. A última vez que havia
conversado com meu pai foi quando fui embora de NYC. Coloquei um pijama para
dormir e fiquei na cama, pensando. Não conseguia dormir. Fui para a cozinha e
peguei um copo d’água. Resolvi ficar lá embaixo mesmo e assistir um pouco de
TV. Acabei dormindo ali mesmo.
Josh:
Katherine acorda. –ele disse me cutucando. –acordei e fiquei de olhos fechados.
Parecia que eu havia dormido apenas 1 hora.
Katherine:
que horas são?
Josh:
são 6:00.
Katherine:
por que me acordou? Vai dormir Josh!
Josh:
mas Kath tenho que te mostrar uma coisa.
Katherine:
você me mostra quando der 7:00 horas. E por que acordou agora?
Josh:
acordei e não consigo mais dormir.
Katherine:
só por isso tinha que me acordar, vai dormir !!
Ele
acendeu a luz e fiquei furiosa. Fico muito mal-humorada quando me acordam. A
não ser para ir pra escola, claro.
Katherine:
desliga isso, qual o seu problema.
Ele
tirou minha coberta e senti calafrios. Como se uma onda de gelo me atingisse.
Estava com uma blusa regata e um short.
Katherine:
que merda!
Josh:
agora olha.
Me
mostrou uma carta. Na verdade era uma carta que nunca foi enviada, pois era de
minha mãe para um cara chamado Michael. Abri o envelope e comecei a ler a
carta...
CONTINUA.....
CONTINUA.....
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